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Mar de devaneios

Perdida no oceano de pensamentos, encontrei-me a mim e o que queria ser.

Perdida no oceano de pensamentos, encontrei-me a mim e o que queria ser.

16
Out22

O copo meio cheio


Effy_Edwards

Esta semana foi engraçada, um misto de altos e baixos. Começou com a visita de uma amiga estrangeira que não via há quase 5 anos. As energias que ela me trouxe foram incriveis. A sensação de estar no topo do mundo, de ter um mar de possibilidades pela minha frente. Na memórias dela eu era uma pessoa completamente diferente do que sou agora. Na verdade ainda sou essa pessoa, mas perdi-me no meio das responsabilidades, dos problemas monetários e de tudo que achava que deveria fazer. Foi bom acordar essa Effy adormecida, foi bom voltar a ter energia sem ter fim, o que me levou a escrever sobre as pessoas e as suas energias. No meio da reflexão perguntei-me se estaria no lugar certo, se é normal sentir um cansaço diário, uma dormência mental, e de um momento para o outro, graças a uma simples pessoa, ser eu outra vez. Será que estou à volta das pessoas certas? Será que as pessoas me sugam as energias porque querem tanto que eu seja algo que eu não sou? 

Nisso, a meio da semana começou outra reflexão, depois do stress do trabalho e uma chapada de realidade. Posso-vos dizer que esta semana foi tão intensa que nem tempo tive para almoçar, no meio de problemas e reuniões. Nisso tudo começou a minha segunda reflexão, o que é que esta Effy tem que a outra não tem, ou o que a outra Effy tem que esta não tem. 

Antes de tudo a outra Effy tinha menos 5 anos. Era jovem, lutadora, e foi sozinha para um país novo e fez amizades com pessoas desconhecidas. Ela tinha a liberdade de ser quem quisesse. Não estava presa ao preconceito das pessoas que a conheciam há anos, nem as expectativas dos pais, dos amigos ou do namorado. Ela podia ser quem quisesse, porque nunca teria que se importar com o choque das duas realidades. Só aí já temos uma vantagem. A ausência de toda a interferência do mundo exterior. Um mundo só dela, em que ela podia ser quem quisesse e podia simplesmente gerir tudo como queria. Essa Effy voltou para Portugal, e cresceu muito. Concluiu os estudos e começou a trabalhar. Ganhou novos objectivos. Essa Effy passou por um burnout, um acidente de carro (não grave) que lhe aumentou os niveis de ansiedade e problemas monetários. Essa Effy nunca será a mesma Effy de há 5 anos atrás. Mas o que cheguei à conclusão é que não é uma coisa má. Na realidade é uma coisa boa. A Effy de hoje tem ferramentas que eu nunca teria antes. Tem mais motivos para lutar, objectivos diferentes. A Effy de hoje só se esqueceu de como deveria fazer. Esqueceu-se da disciplina que tinha antes e de quanto teve que lutar para chegar onde deveria. E o mais importante de tudo é que essa Effy nunca mas nunca sentiu frustração nem inveja. Essa Effy sabia que tinha que lutar mais que os outros, sabia que tinha que trabalhar aos fim de semanas, que tinha que dar mais que os outros, mas nunca se sentiu menos por isso. Algo que a Effy atual se esqueceu. Não é que sentisse inveja, mas sentia rancor, frustração. Comecei a ver o copo meio vazio, comecei a perguntar-me o que eu fiz para merecer isso, o que eu tenho menos que os outros. Porque é que eu lutei tanto e nunca alcancei nada. E, na realidade esqueci-me de olhar à minha volta. Esqueci-me de reparar o quanto eu alcancei e o quanto ainda tenho para conquistar. E principalmente o quanto eu tenho de agradecer. 

E assim, voltei a ver o copo meio cheio. 

 

24
Ago22

Desanimada


Effy_Edwards

Não sei quantos textos já escrevi e apaguei. Ando desanimada, sem vontade de ler ou sequer ver um filme ou uma série. Tenho muita vontade de escrever, pois a minha cabeça está uma turbilhão de emoções mas falta-me a força de o fazer. Sei que é normal estar assim, sei que é um sentimento que vai e volta, tipo boomerang, mas não gosto nada de me sentir assim. Como escrevi no post passado estou cansada de estar em casa, viver com os meus pais e de certa forma cansada de toda a situação à minha volta. E o problema é que não sei como resolver esta situação. Férias não vou ter, por isso resta-me aproveitar os fim de semanas e os fins de tarde para descontrair. Na minha cabeça paira uma vontade de fugir, de ir trabalhar para outro país. Talvez seja a sensação de não estar onde quero, ou de não estar a ser a estrela que pensaria que seria no meu trabalho. Passado três meses ainda estou em formação e a minha vontade era na realidade afundar-me em trabalho e receber validação através  de um "Bom trabalho, Effy", mas nao é isso que está acontecer. Tenho muito tempo para pensar agora e na realidade esse é o meu maior problema. Não consigo lidar com a minha cabeça, com os meu receios, as minhas questões e principalmente decidir-me que caminho quero seguir. Já decidi que quero esperar, mas a espera deixa-me ansiosa e com isso faz-me ter desejos impulsivos e ataques de tristeza e raiva.

Apesar de a minha vontade ser ficar na cama a comer chocolates e ver videos sem conteúdo, arrastei-me ao ginásio e agora estou-me obrigar a escrever isto. Talvez tentar ver um documentário ou ler um livro será o próximo passo. Step by step. 

Eu sei que vou ficar bem. Eu sei disso. Mas que custa estar assim custa. Além disso fico com medo, muito medo de voltar ao ponto zero deste mar negro de sentimentos.

E assim aparece a vontade de querer fugir para outro país ou fazer uma tatuagem. 

24
Jul22

Aqui estou eu


Effy_Edwards

Dei por mim revoltada, cansada, desanimada. Apesar da estabilidade, o meu nivel de ansiedade disparou. Ansiedade por estar parada, ansiedade por não estar a fazer mais, ansiedade por estar a gastar dinheiro quando deveria estar a poupar, ansiedade por não saber para onde vou, ansiedade por querer estar noutro lugar. Outrora gastar dinheiro era um presente para mim. "Mereces este jantar", "Mereces estas calças", "Mereces esta bebida". Era para compensar todo o tempo que me era consumido pelo trabalho. Agora o meu cerebro julga-me, a minha cabeça trabalha sem eu querer e questiona-me várias vezes o que eu estou a fazer. 

Além disso, cada vez mais percebo que o tempo é uma construção. Eu antes acordava as 6h da manhã, ia para o meu primeiro emprego, as 19h ia para o meu segundo emprego e chegava às vezes à meia noite e repetia isso, dias e dias, sem fim de semanas. Contudo, às vezes o meu cérebro acha que era mais concretizada que sou agora. Sei que não passa de uma ilusão pois passava pouco tempos com os meus pensamentos. Nos transportes via séries, no trabalho trabalhava sem parar e no ginásio ouvia música aos berros. 

O trabalho era o meu refúgio. E agora aqui estou eu, com um trabalho saudável, que me deixa pensar e reflectir, e eu dei conta que não sei quem sou. Ironia, estupidez. Tenho o que sonhei, e mesmo assim não me parece suficiente. Dei conta agora que me esqueci que isto era o meu sonho, nem há dois anos atrás. Contudo, aqui estou eu.  

Dei conta que estou revoltada e triste com esta sociedade. Contudo sem soluções imediatas. Mas eu não quero ser essa pessoa. Não quero ser a pessoa que está sempre a reclamar sem fazer nada. Quero sonhar e acreditar.  

Por isso hoje decidi que vou colocar as mãos à obra e mudar a minha mentalidade. Tenho tanta coisa negra aqui no meu cerebro. Antes tudo era um mar de possibilidades, agora tudo é um mar de problemas. Não pode ser. 

Como o vou fazer? Não faço ideia. Mas aqui estou eu, uma vez mais, a tentar mudar a minha vida. 

 

14
Mar21

Escrever é o melhor remédio


Effy_Edwards

Escrever é mesmo o melhor remédio. 

Digo isto de coração cheio, pois há anos, desde que parei de escrever que ando a tentar decifrar estes sentimentos que me abalam de madrugada, mas sem sucesso. 

Hoje, depois de contextualizar o que sentia em palavras, finalmente entendi. Nunca foi tão claro como agora. 

Tenho tendência a complicar e, conforme disse no primeiro post, associava a escrita a algo negativo, algo que me puxava para baixo. Contudo, agora vejo que é apenas uma forma de me entender melhor. É uma forma de pegar nestas palavras confusas, neste aperto no peito e conseguir organizar tudo, com principio, meio e fim. É uma forma de entender a raiz do problema.. 

Hoje, finalmente entendi. 

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